É muito importante saber escolher a melhor fórmula para estimar a necessidade energética e como calcular o Gasto Energético Total (GET). Mas existem 8 métodos para estimar o gasto energético do seu paciente.
Os métodos padrão-ouro, na maioria das vezes, são altamente sofisticados, com alta complexidade e custo alto. Um ótimo exemplo, é a calorimetria direta que é considerada um método padrão-ouro para medir o gasto total de energia, mas requer o confinamento do indivíduo por 24 horas ou mais.
Outro método é água duplamente marcada, com uma precisão de 97 a 99% em comparação com outros métodos, contudo é bastante caro e requer equipamentos sofisticados, bem como pessoal treinado.
A calorimetria indireta, também é utilizada para estimar a Taxa Metabólica Basal (TMB) e a Taxa Metabólica de Repouso (TMR), suas vantagens são não ser um método invasivo, precisão significativa e alta reprodutibilidade, entretanto também requer uma equipe bem treinada e tem um custo razoável.
Em contraposição, um método acessível, não invasivo e que pode estimar o gasto energético é a bioimpedância elétrica, mas o estado de hidratação, condições pós-prandial ou de jejum, uso de diuréticos e outros fatores podem influenciar os resultados.
Uma outra possibilidade é realizar um registro extremamente detalhado de todas as atividades físicas realizadas diariamente, esse método de baixo custo, é o recordatório de atividades físicas. Contudo, em relação ao recordatório, o gasto energético estimado não leva em conta diferenças interindividuais que podem afetar o custo energético de um movimento. Além disso, será necessário ainda aplicar fórmulas/equações preditivas, que por sua vez, podem superestimar ou subestimar a TMB/TMR.
Além disso, na literatura encontramos métodos com sensores de movimento que mostraram uma relação significativa entre os movimentos dos segmentos corporais e o consumo de oxigênio. E o monitoramento da frequência cardíaca, pois ela está relacionada com o consumo de oxigênio e, em certas circunstâncias, pode ser útil na estimativa do gasto energético.
Vale ressaltar que alguns dos métodos supracitados são comumente utilizados em pesquisas cientificas, o/a nutricionista em seu consultório deve avaliar o método que melhor se encaixa nas suas necessidades e sempre estar pautado em métodos validados.
A seguir temos uma tabela que resume e descreve as vantagens e limitações de alguns métodos para estimar o gasto energético:
Método | Vantagens | Limitações |
Água Duplamente Marcada | Precisão e acurácia | Custos e equipamentos sofisticados. |
Bioimpedância | Método não invasivo. | Influência da hidratação, idade, prática de exercícios, uso de diuréticos, período menstrual etc. |
Calorimetria Direta | Grande precisão e ambiente controlado. | Custo, tempo e dificuldade de combinação com outros métodos. |
Calorimetria Indireta | Custo razoável, não invasivo e com grande reprodutibilidade. | Apesar de ter uma boa acurácia, o gasto ainda é estimado pelo consumo de oxigênio e produção de gás carbônico. |
Equações Preditivas | Simples, rápido e acessível. | Podem superestimar ou subestimar a TMB/TMR. |
Monitoramento da Frequência Cardíaca | Custo e precisão. | Relações diferentes entre atividades físicas de baixa intensidade em relação às de intensidade moderada a pesada. |
Recordatório de Atividades Físicas | Baixo custo e boa variedade em listas de atividades (Compendium). | Difícil comparação e diferenças interindividuais. |
Sensores de Movimento | Aplicabilidade e praticidade. | Inabilidade de caracterizar com precisão a variedade de movimentos que ocorrem em um ambiente de livre movimentação. |
Referências:
Pinheiro Volp AC, et al. Energy expenditure: components and evaluation methods. Nutr Hosp. 2011.
RIBEIRO, S.M.L., et al. Avaliação Nutricional – Teoria e Prática, 2ª edição. 2018.
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