Prescrever creatina: como e quando?

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Prescrever creatina: como e quando?

A creatina é um dos suplementos mais estudados e utilizados mundialmente. Mas como e quando prescrever a creatina?

Primeiro, temos que ressaltar que a creatina não é apenas usada e estudada na área esportiva. As aplicações clínicas da creatina também são amplas e muito bem conhecidas. Nesse contexto, a creatina tem apresentando resultados promissores como um tratamento adjuvante em diversas doenças, principalmente nas que são caracterizadas por perda de massa muscular, baixa massa óssea, síndromes articulares, distúrbios nervosos centrais e distúrbios metabólicos.

Nas aplicações esportivas, a creatina se destaca com resultados positivos na performance em exercícios de curta duração (< 30 segundos) e de alta intensidade. Apesar que, estudos mais recentes também mostram melhoras no desempenho em exercícios com duração maior que 30 segundos. Por exemplo, em exercícios resistidos, sprints de ciclismo, corrida, natação, futebol (dependendo da posição do jogador), entre outros.

Ainda com essa vasta aplicações clínicas e esportivas, temos que ter critério na prescrição da suplementação de creatina. Já comentamos aqui sobre se a suplementação de creatina afeta a função renal. Em indivíduos saudáveis não há problema nenhum, porém, ainda não se sabe da real segurança dessa suplementação em indivíduos que tenham comprometimento renal ou alguma condição patológica que tenha o risco de desenvolvimento de lesão renal. Por isso, antes de iniciar a suplementação de creatina, é muito importante avaliar a função renal por meio de exames bioquímicos, como creatinina sérica/urinária, ureia sérica/urinária, cistatina-C (esta última se houve a possibilidade devido ao custo).

Protocolos e doses

Dado os casos em que podemos prescrever a suplementação de creatina e os cuidados que devemos ter, vamos aos protocolos. O mais conhecido é a fase de saturação seguido da fase de manutenção. A primeira fase consiste em doses mais altas (20 a 30 g ou 0,3 g/kg por dia) durante 5 a 7 dias para promover a saturação dos níveis de creatina no organismo, ou seja, atingir o nível máximo de armazenamento de creatina em um curto período. E a segunda fase consiste em doses menores (5 g ou 0,06 g/kg por dia) durante um período mais longo e que pode variar de acordo com a necessidade do paciente/cliente.

Porém, esse protocolo citado acima é mais indicado para atletas ou desportistas que tenham, por exemplo, um campeonato em algumas poucas semanas de “distância” da prescrição. Nesses casos, é recomendado fazer o protocolo de saturação-manutenção. Além desses casos que realmente precisem de uma saturação rápida dos níveis de creatina, não nenhuma outra situação que seja necessária o protocolo de saturação-manutenção de creatina. Isso porque em todos os outros casos a saturação dos níveis de creatina pode ser feita com as doses da manutenção. Logicamente, utilizando apenas as doses de manutenção, a saturação dos níveis de creatina vai demorar mais para ser alcançada, mas é atingida. Como ilustrado na imagem abaixo:

Outra ressalva na hora da prescrição é por quanto tempo pode durar a suplementação de creatina de forma segura. Antigamente, a maioria das pessoas “ciclavam” a creatina por 2 ou 3 meses e depois paravam porque os estudos que demonstravam segurança da creatina sob a função renal só duravam esse período. Mas hoje já se sabe que mesmo por 10 anos seguidos de suplementação, a creatina não altera a função renal em indivíduos saudáveis. Porém, a resposta para essa questão de quanto tempo deve durar a suplementação é: depende. Depende da sua conduta como nutricionista e quanto tempo você achar necessário de acordo com as necessidades do seu paciente.

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Autor do texto: Matheus Medeiros

Referências:

In Sickness and in Health: The Widespread Application of Creatine Supplementation. 2011.

Studies on the safety of creatine supplementation. 2011.

Creatine supplementation increases muscle total creatine but not maximal intermittent exercise performance. 1999.

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